quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Pomba

Lucid Dreams
Nas águas-furtadas de um prédio na rua Coelho da Rocha eu escrevia os últimos parágrafos do  meu livro. Tudo estava a correr bem, a editora aceitou fazer a publicação e ainda me sobravam algumas semanas para a data de entrega do manuscrito.
Olhei pela janela; chovia.
Eu gostava de escutar o barulho da chuva a cair no telhado e a bater no vidro.
A minha secretária ficava em frente da janela e ao lado da pequena cama. O tecto era em rebaixo. Do outro lado da secretária estava o fogão e o mini-bar.
A minha casa só tinha uma divisão e um pequeno anexo que era o WC.

Escrevia e olhava a chuva pela janela.
De repente fica escuro!
Vi-me lá em baixo, à secretária, cabeça tombada em cima da folha de papel onde escrevia.
Das minhas costas abriu-se um buraco que emanou luz, fez-se movimento dentro do orifício, foi uma pomba branca que saiu e voou para a janela.
Bateu insistente no vidro. Desci e abri a janela.

Sinto-me leve.
A pomba voa para longe, dá a volta ao mundo, eu consigo ver  a partir de do meu quartinho nas águas-furtadas.

Sem comentários:

Enviar um comentário