Lucid Dreams
Num grande terreno à beira-mar estavam dois palacetes construídos há mais de 100 anos. Eram idênticos... mas o do lado esquerdo era rosa pálido com mansarda e cercas brancas, portas eram brancas, janelas com portadas verdes e vários vasos com plantas a circundar a porta da entrada principal; O do lado direito estava em ruínas, as portas rebentadas e cheias de ripas tortas e janelas quebradas.
A casa da esquerda é onde vivo. Na da direita é onde ela vivia.
Ela é um fantasma. É eu! É eu! É eu!
Cabelos longos, escuros, corpo putrefacto e azul, olhos descarnados, roupa podre e rota.
Eu tinha medo dela.
A casa dela estava ligada à minha por uma ponte de betão muito estreita. Odiava quando ela atravessava a ponte:
Eu tinha muito medo.
Todo o ambiente cheirava a podridão e o chão pingava sangue preto e coagulado enquanto ela dava passos cambaleantes.
Não aguentava mais viver assim.
Um dia , peguei-lhe no braço chagoso e arrastei-a para o mar.
Afogou-se. Sabia que ela também tinha ficado aliviada por deixar de viver.
Perdoa-me mas fui capaz e sinto-me orgulhosa.
Sem comentários:
Enviar um comentário