terça-feira, 8 de janeiro de 2019

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Lucid Dreams
Num grande terreno à beira-mar estavam dois palacetes construídos há mais de 100 anos. Eram idênticos... mas o do lado esquerdo era rosa pálido com mansarda e cercas brancas, portas eram brancas, janelas com portadas verdes e vários vasos com plantas a circundar a porta da entrada principal; O do lado direito estava em ruínas, as portas rebentadas e cheias de ripas tortas e janelas quebradas.
A casa da esquerda é onde vivo. Na da direita é onde ela vivia.
 Ela é um fantasma. É eu! É eu! É eu!
Cabelos longos, escuros, corpo putrefacto e azul, olhos descarnados, roupa podre e rota.
Eu tinha medo dela. 
A casa dela estava ligada à minha por uma ponte de betão muito estreita. Odiava quando ela atravessava a ponte:
Eu tinha muito medo. 
Todo o ambiente cheirava a podridão e o chão pingava sangue preto e coagulado enquanto ela dava passos cambaleantes. 
Não aguentava mais viver assim.
Um dia , peguei-lhe no braço chagoso e arrastei-a para o mar. 
Afogou-se. Sabia que ela também tinha ficado  aliviada por deixar de viver.
Perdoa-me mas fui capaz e sinto-me orgulhosa.

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