Depois de andar mais de duas horas por um caminho poeirento de terra amarela parei. Olhei em volta. Só mato seco. Ao fundo estava um monte. A caverna do ermitão.
Subi a pequena colina.
O que esperar: um conselho, uma rejeição, um comentário jocoso.
Sempre a mesma ansiedade, dor de barriga, cabeça zonza. Medo de ser magoada.
Da entrada da caverna vi a silhueta do ermitão. Estava sentado de frente para a parede.
Aproximei-me. Pedi conselhos.
- Que tens a me dizer?
Ele levantou-se. Tinha uma túnica com capuz castanha e muito gasta.
- Sempre que falares com alguém, olha-o nos olhos. Olha-me nos olhos.
Virou-se e mostrou o rosto.
No seu rosto estavam duas bolas brancas no lugar das órbitas.
Fugi.
Corri muito.
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