Semeador de estrelas
Não semeias mais
em mim…
Porque não vens colhê-las?
As estrelas que ainda brilham por ti…
Agora vejo o céu alvacento
As palavras soam-me todas parecidas,
Não firmaste com cimento…
As estrelas que agora morrem esquecidas.
Porque abandonaste a terra
E deixaste a meio a plantação?
Afinal, o meu semeador também erra
Só brilha metade do coração
Sinto-me triste e cansada
Porque num quarto de vida
Nem metade foi cultivada
Porém a última estrela ainda não foi apagada
Brilha ainda porque não crê na despedida.
Sim...
Por ti o meu amor pingara
E uma invisível e funda poça criara
Poça de líquido vermelho, cor da paixão,
Foi sangue que alimentou as tuas flores
Porque no jardim a que chamo coração,
Nunca houve tela para outras cores.